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domingo, 12 de fevereiro de 2017

A Ciência e o Espiritismo

Tenho observado debates bem "acalorados" envolvendo o tema sobre Ciência versus Espiritismo. A primeira observação sobre o tema é que o foco dos debates na maioria das vezes não é preciso, pois se concentra em tentar definir a "Ciência" sob um contexto no qual o Espiritismo esteja excluído. Para entendermos mais claramente este assunto, é preciso concentrar os estudos no método científico e na sua evolução ao longo dos anos. Isso permitirá um entendimento mais claro sobre o tema, pois o método científico pode ser aplicado por qualquer pesquisador comprometido com resultados mais qualificados. Porém, para conseguir tornar uma tese aceita pela "comunidade científica", o caminho a ser seguido pode envolver critérios "subjetivos", pois existem correntes diferentes de cientistas, dentre as quais, muitas partem do princípio da inexistência de Deus. Na nossa história, temos casos de renomados cientistas que tiveram uma dificuldade inicial em consagrar teses disruptivas.

A evolução do método científico e os trabalhos de Allan Kardec

Galileu Galilei (1564-1642), um dos gênios da revolução científica do século XVII, tendo vivido em pleno Renascimento, teve inúmeras descobertas e inovações que impactaram a humanidade, contudo a principal contribuição de Galileu foi para o método científico, pois a ciência assentava numa metodologia aristotélica. Ele foi o primeiro a usar a observação empírica e a matemática para descrever os fenômenos da natureza. Atualmente podemos identificar alguns métodos que fornecem as bases lógicas ao conhecimento científico: método indutivo, método dedutivo, método hipotético-dedutivo,método dialético, método fenomenológico, etc. 
Kardec utilizou os conceitos científicos de sua época que mais se adequavam aos tipos de pesquisas as quais precisa conduzir para chegar a resultados conclusivos sobre os fenômenos (mesas girantes), aparentemente sem explicações científicas, que ocorriam em várias locais do mundo. O método adotado por Kardec na investigação e comprovação do fato mediúnico é o experimental, aplicado às ciências positivas, fundamentado na observação, comparação, análise sistemática e conclusão. O Espiritismo originou-se de processos alinhados com as ciências positivas, com aplicação do método experimental, conforme sequência a seguir:
  1. Surgem fatos novos sem explicação conhecida.
  2. Ele observa, compara, analisa e, remontando do efeito às causas, chega à lei que os rege.
  3. Por fim, deduz-lhe as consequências e busca as aplicações úteis.

Conclusão

A Ciência não é absoluta, mesmo assim alguns críticos do Espiritismo tentam convencer as pessoas desta ideia errônea. A discussão sobre se o Espiritismo é, ou não é, Ciência pode não conduzir a uma conclusão definitiva e consensual, porém é inquestionável que as bases dos trabalhos de Allan Kardec utilizaram o formalismo e os meios científicos disponíveis em sua época.  Até o momento, eu desconheço estudos mais aprofundados que conseguem desqualificar os métodos utilizados por Kardec. Se alguém desejar fazer alguma sugestão ou crítica, fiquem à vontade.

Para complementar a leitura e referências, recomendo os seguintes materiais:
  1. A Evolução do Pensamento Científico e o Método de Allan Kardec - Adolfo de Mendonça Junior - adolfodemendoncajr@yahoo.com.br
  2. O Método de Allan Kardec para Investigação dos Fenômenos Mediúnicos - Marcelo Gulão Pimentel
  3. Apresentação sobre Allan Kardec por Lina Kobayashi.

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