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domingo, 9 de outubro de 2022

Ser CONTRA ou a FAVOR do aborto, eis a questão...

 

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Vamos iniciar a nossa conversa com a seguinte reflexão:

"Se você fosse a criança no ventre da mãe que reflete sobre a opção de abortar, você seria contra ou a favor do aborto?"

A nossa reflexão começa tratando de um termo bem conhecido da nossa atualidade: empatia. Apesar desta palavra ter se tornado uma queridinha do mundo corporativo nos últimos anos, ao longo da nossa história antiga o conceito foi tratado por vários líderes espirituais, inclusive pelo nosso grande mestre Jesus quando falou: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Neste texto, vou analisar a questão do aborto sob o ponto de vista científico e espiritual para ajudar o leitor a compreender melhor a questão independente da crença individual. 

 A visão da ciência

Se pesquisarmos o termo na internet: "life begins fertilization", observaremos que existe um consenso de que a vida inicia na fertilização. Porém, mesmo que a maioria das opiniões científicas indicam esta direção, tem alguns apoiadores do aborto que defendem seu ponto de vista argumentando que existe divergência da ciência com relação ao tema. Na realidade, os estudos científicos podem resultar em interpretações diferentes dependendo de diversos fatores adotados no processo como metodologia, tecnologia, tipos de amostras, formação técnica dos pesquisados, etc. A divergência de opiniões é algo natural e histórico do processo científico e foi destacado por Albert Einstein na sua afirmação:

"Uma reunião em que todos os presentes estão absolutamente de acordo, é uma reunião perdida."

Para os defensores do aborto, mesmo se apenas 0,01% das pesquisas mostrarem algum tipo de dúvida sobre o momento no qual vida inicia, eles provavelmente irão ignorar os 99,99% que possuem o consenso de que a vida inicia na fertilização. Por este motivo, é fundamental que cada um faça sua própria análise e tenha uma opinião individual sem se deixar influenciar pelas informações superficiais. 

Para esclarecer o tema, vamos organizar a questão em 3 grupos: 

Analisar 3 grupos: 

  1. A vida surge na fertilização (100% de certeza).
  2. A vida pode ou não surgir na fertilização.
  3. A vida não surge na fertilização (100% de certeza).

Ao pesquisar rapidamente, na internet, os 3 grupos (termos em inglês), identifiquei que temos uma concentração de cientistas no grupo 1, alguns artigos que tratam do grupo 2 e apenas um artigo no grupo 3 (um Doutor fez uma afirmação com base no seu conhecimento, não apresentou uma experiência ou estudo mais aprofundado para chegar a esta conclusão; título: “Why life doesn't begin at conception”). 

Tratando-se de ciência, a matemática (estatística) nos indica que devemos dar atenção ao grupo 1 e 2. Chegamos a uma conclusão lógica: podemos acreditar 100% que a vida surge na fertilização ou podemos ter uma certa dúvida, levando o nosso "índice de certeza" a ser abaixo de 100%. Combinando esta informação com o fato de todo ser humano ser empático (alguns possuem distúrbio mentais que não se enquadram nesta afirmação), a menor chance do aborto realmente ser um assassinato frio de uma criança já seria suficiente para que a humanidade desistisse que apoiar a ideia de legalização. Esta conclusão é lógica e segue o maior concesso da ciência.

Resumindo todo o raciocínio: combinando a ciência com o fato da natureza humana estar fundamentada na empatia, a decisão técnica e lógica é que a humanidade não deve legalizar o aborto.

A visão espiritual

A doutrina espírita trouxe a primeira luz sobre o tema do aborto em 1857 na obra O Livro dos Espíritos. O conteúdo deste livro reforçou a questão da necessidade de empatia ensinada pelo mestre Jesus. Existem vários questionamentos que lidam de forma direta ou indireta com o tema da vida no momento da concepção, listo algumas das perguntas do livro que considero mais relevantes para o tema: 136, 344, 346, 351, 353, 354, 358 e 359.

Estes 2 últimos são os mais relacionados ao nosso tema e irei citá-los. 

358. Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?

 “Há crime sempre que transgredis a Lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, pois isso impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.”

359. Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda?

“Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.”

Ao observar estes dois questionamentos, observamos que a legislação brasileira está na medida certa do que trata a visão espiritual dentro da doutrina espírita. Para alguns, isso pode ser uma mera coincidência. Para os mais esclarecidos sobre os encaminhamentos divinos, isso é um claro indicador sobre a importância do Brasil no contexto espiritual. Temos um livro psicografado por Chico Xavier com o título: “Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho” no qual é possível compreender a relevância da nossa nação para o restante da humanidade. E isso não é para nos considerarmos “privilegiados”, muito pelo contrário, é para nos dar o peso do tamanho da responsabilidade que temos em preservar os valores cristãos.


 

Conclusão 

Tanto a visão científica, como a visão espiritual convergem para um mesmo raciocínio: a humanidade precisa proteger as crianças a partir do momento da concepção. Qualquer pessoa tem o direito de pensar de forma diferente e apoiar o aborto individualmente ou através de seus representantes políticos, pois isso é liberdade de pensamento. O importante é entender que tentar considerar a ciência para defender a ideia de regularização do aborto, isso é mentir para às pessoas. Também é mentira tentar associar que o conceito da vida surgir na fertilização tem um viés exclusivamente religioso. Ambas afirmações são formas de desinformar.

A metodologia adotada e as fontes de pesquisa (tudo da internet) são apresentadas para deixar bem claro que o texto é informativo e deixa cada um bem livre para refazer as pesquisas e tirar outras conclusões. Fique à vontade para deixar os seus comentários.

Quem desejar complementar os conhecimentos sobre o tema, recomendo o documentário a seguir:


 


A imagem utilizada neste post é de Freepik

domingo, 12 de fevereiro de 2017

A Ciência e o Espiritismo

Tenho observado debates bem "acalorados" envolvendo o tema sobre Ciência versus Espiritismo. A primeira observação sobre o tema é que o foco dos debates na maioria das vezes não é preciso, pois se concentra em tentar definir a "Ciência" sob um contexto no qual o Espiritismo esteja excluído. Para entendermos mais claramente este assunto, é preciso concentrar os estudos no método científico e na sua evolução ao longo dos anos. Isso permitirá um entendimento mais claro sobre o tema, pois o método científico pode ser aplicado por qualquer pesquisador comprometido com resultados mais qualificados. Porém, para conseguir tornar uma tese aceita pela "comunidade científica", o caminho a ser seguido pode envolver critérios "subjetivos", pois existem correntes diferentes de cientistas, dentre as quais, muitas partem do princípio da inexistência de Deus. Na nossa história, temos casos de renomados cientistas que tiveram uma dificuldade inicial em consagrar teses disruptivas.

A evolução do método científico e os trabalhos de Allan Kardec

Galileu Galilei (1564-1642), um dos gênios da revolução científica do século XVII, tendo vivido em pleno Renascimento, teve inúmeras descobertas e inovações que impactaram a humanidade, contudo a principal contribuição de Galileu foi para o método científico, pois a ciência assentava numa metodologia aristotélica. Ele foi o primeiro a usar a observação empírica e a matemática para descrever os fenômenos da natureza. Atualmente podemos identificar alguns métodos que fornecem as bases lógicas ao conhecimento científico: método indutivo, método dedutivo, método hipotético-dedutivo,método dialético, método fenomenológico, etc. 
Kardec utilizou os conceitos científicos de sua época que mais se adequavam aos tipos de pesquisas as quais precisa conduzir para chegar a resultados conclusivos sobre os fenômenos (mesas girantes), aparentemente sem explicações científicas, que ocorriam em várias locais do mundo. O método adotado por Kardec na investigação e comprovação do fato mediúnico é o experimental, aplicado às ciências positivas, fundamentado na observação, comparação, análise sistemática e conclusão. O Espiritismo originou-se de processos alinhados com as ciências positivas, com aplicação do método experimental, conforme sequência a seguir:
  1. Surgem fatos novos sem explicação conhecida.
  2. Ele observa, compara, analisa e, remontando do efeito às causas, chega à lei que os rege.
  3. Por fim, deduz-lhe as consequências e busca as aplicações úteis.

Conclusão

A Ciência não é absoluta, mesmo assim alguns críticos do Espiritismo tentam convencer as pessoas desta ideia errônea. A discussão sobre se o Espiritismo é, ou não é, Ciência pode não conduzir a uma conclusão definitiva e consensual, porém é inquestionável que as bases dos trabalhos de Allan Kardec utilizaram o formalismo e os meios científicos disponíveis em sua época.  Até o momento, eu desconheço estudos mais aprofundados que conseguem desqualificar os métodos utilizados por Kardec. Se alguém desejar fazer alguma sugestão ou crítica, fiquem à vontade.

Para complementar a leitura e referências, recomendo os seguintes materiais:
  1. A Evolução do Pensamento Científico e o Método de Allan Kardec - Adolfo de Mendonça Junior - adolfodemendoncajr@yahoo.com.br
  2. O Método de Allan Kardec para Investigação dos Fenômenos Mediúnicos - Marcelo Gulão Pimentel
  3. Apresentação sobre Allan Kardec por Lina Kobayashi.

A Teoria Criacionista Moderna

Neste post vou falar um pouco sobre o avanço na convergência entre o conceito criacionista e a ciência. Para começar a explanação, explico que o conceito de Adão e Eva nunca foi aceito no âmbito do Espiritismo. O registro no Livro dos Espíritos sobre a origem do homem (perguntas de 43 a 54) esclarece que os elementos que geraram o homem estavam na Terra e que o homem surgiu em diferentes partes do planeta. Existem diversas obras espíritas que nos fornecem a compreensão sobre como a nossa evolução não ocorreu de forma aleatória (teoria darwinista), ou seja, foi guiada pelo mundo espiritual. Concluímos que tudo evoluiu conforme a vontade de Deus.

O Conceito do Design Inteligente e da Complexidade Irredutível

Particularmente, eu admito que durante um longo tempo eu tive uma grande dificuldade em entender a relação entre o antigo conceito do criacionismo (baseado em Adão e Eva) e a relação com ciência moderna. Então uma grande luz foi trazida através de alguns avanços promovidos por cientistas renomados como William Paley e Michael Behe (a primeira vez que ouvi falar dele foi numa palestra do Divaldo Franco).
Vou começar explicando o conceito do Design Inteligente que teve suas origens relacionadas à publicação Natural Theology de William Paley em 1802. No Design Inteligente, a ideia básica é que se algo possui uma construção (design) complexa, então deve existir um criador (designer). De forma mais prática, podemos observar que o reino animal e vegetal possuem estruturas com um grau de complexidade tão grande que seriam impossíveis de terem ocorridos de forma aleatória/espontânea unicamente a partir evolução de estruturas mais simples, conforme ressalta a teoria da Complexidade Irredutível oriunda dos trabalhos de Michael Behe. Outro exemplo prático que demonstra a força destas teorias está citada no livro Universo Profundo de Pedro Campos: 
"Afinal, a Terra se formou há cerca de cinco bilhões de anos e a vida mais rudimentar surgiu nela após 1,5 bilhões de anos da sua formação, tempo considerado insuficiente para a vida ser gerada. Nesse tempo, a natureza não poderia arranjar, por si só, a complexa estruturação da vida contida no DNA achada pelos cientistas."

O instituto voltado para pesquisas sobre o criacionismo

Nos Estados Unidos, merece destaque o trabalho do The Institute for Creation Research, onde publicações com respaldo científico trazem para a comunidade estudos que conciliam as ações de Deus (documentos bíblicos) com o estado da arte da nosso ciência. Este instituto tem sido um grande aliado dos cristãos para evitar que os conceitos provenientes dos cientistas ateístas se tornem verdades absolutas e inquestionáveis na sociedade moderna. A educação americana tem sofrido alguns retrocessos com a retirada, do currículo de algumas escolas, da possibilidade de debater o tema do criacionismo colocando a teoria evolucionista de Charles Darwin como a única realmente aceita pela comunidade científica, em outras palavras, os cientistas ateus.

Conclusão 

Os religiosos cristãos, principalmente nos Estados Unidos, já abraçaram o conceito do Design Inteligente para explicar a forma como Deus tem agido na evolução da raça humana. Então, observamos que algumas religiões cristãs começaram a se alinhar com os pilares da Doutrina Espírita.
Outro fator importante a observar é que o avanço da ciência está trazendo mais força aos conceitos disseminados pelo Espiritismo, possibilitando um saudável e necessário entendimento de que a ciência é parte da criação divina e, desta forma, não pode conflitar com a fé cristã.

Leitura Complementar

  1. https://en.wikipedia.org/wiki/Intelligent_design
  2. https://en.wikipedia.org/wiki/Irreducible_complexity
  3.  https://en.wikipedia.org/wiki/History_of_creationism
  4. http://www.pewresearch.org/fact-tank/2014/10/30/5-facts-about-evolution-and-religion/

sábado, 11 de fevereiro de 2017

O preconceito gerado pelas diferentes traduções e interpretações bíblicas

Ao longo dos meus estudos sobre os verdadeiros ensinamentos de Jesus Cristo eu me deparei com afirmações de pessoas que não condiziam com os dados os quais eu havia pesquisado. Então comecei a me aprofundar no assunto para chegar ao ponto onde a informação foi "adaptada" gerando desinformação e até mesmo preconceitos por parte de alguns grupos religiosos. Vou dividir o tema em partes para melhor compreensão dos leitores.

As traduções da bíblia

A primeira tradução da bíblia feita a partir dos documentos originais (Hebraico) foi para o Grego e, posteriormente, muitas traduções ocidentais utilizaram esta como ponto de partida para, depois, finalmente chegar ao português. Então a primeira ideia que as pessoas precisam ter em mente é entender que existem diversas "bíblias" em português, cada uma com uma tradução diferente da outra. Como consequência, antes de fazer qualquer citação sobre a bíblia a qual você estuda, você deve analisar a origem da tradução da mesma.

A semântica espaço-temporal

A compreensão do significado de uma palavra depende do espaço geográfico na qual a mesma está sendo utilizada e também do período histórico (tempo). Para entender a influência geográfica, basta observar os significados de algumas palavras utilizadas no Brasil e em Portugal. Cito o exemplo da palavra camisola que em Portugal significa camiseta de mangas compridas
Para entender a influência temporal, vou citar uma frase para análise: "Jesus Cristo proibiu a entrada de mulheres de biquíni nas suas igrejas". Quais são os erros apresentados nesta frase? Existem 2 erros muito grosseiros: na época em que Jesus esteve encarnado no nosso planeta, não existia o traje banho denominado biquíni, nem mesmo existiam igrejas cristãs. Desta forma, sem precisar ser um especialista no novo testamento, posso afirmar, utilizando lógica pura e simples, que a frase está incorreta.

Estudar: uma necessidade para os cristãos superarem os preconceitos

Atualmente observamos em várias instituições (empresas, universidades, religiões, etc) uma incapacidade de analisar um espectro mais amplo de determinados temas que fogem da linha adotada/estudada dentro da própria instituição. Este comportamento resultou na criação de um termo bastante utilizado no mercado para contrapor esta situação: "pensar fora da caixa". Em outras palavras, muitas pessoas que fazem parte de uma instituição são incapazes de pensar de forma diferente do que foram ensinadas ou estão acostumadas a trabalhar. Este comportamento gera nas empresas a incapacidade de inovação e nas instituições religiosas a alienação.
Muitos cristãos que são questionados sobre os "erros/adaptações" das bíblias pelas diferentes igrejas acabam se recusando a debater ou estudar o assunto e, muitas vezes, se irritam pois se encontram num estado de alienação. Buscar o entendimento amplo da fé é necessário para que os cristãos não sejam manipulados por pessoas ou grupos que se aproveitam da falta de conhecimento da nossa população.
Dentro das minhas pesquisas sobre as traduções bíblicas, não existe qualquer registro contra o espiritismo, mas algumas pessoas continuam insistindo nesta tese que não tem fundamento. Um dos argumentos mais recentes que tomei conhecimento voltado para defender esta tese foi sobre os estudos do suposto "especialista" em traduções bíblicas James Strong. Ao estudar o assunto, observei que James tem sua carreira originada como professor e presidente de Literatura Bíblica da Universidade de Toy em Nova York. Esta universidade foi fundada pela Igreja Episcopal Metodista dos Estados Unidos, ou seja, os estudos de James são totalmente orientados à linha doutrinária da Igreja e, como resultado, podemos observar algumas falhas grosseiras em seus trabalhos como, por exemplo, ao traduzir corretamente o termo necromante e, ao mesmo tempo, interpretá-lo de forma equivocada equiparando-o ao termo médium (observei que existem divergências sobre a verdadeira interpretação dada por James - cito este exemplo). E como podemos facilmente identificar o erro (acidental ou proposital) nos trabalhos de James ou trabalhos que seguem a mesa linha de racioncínio? A resposta é simples: o significado da palavra médium como um intermediário do mundo espiritual foi amplamente disseminada a partir dos trabalhos de Allan Kardec, cujo início das publicações espíritas iniciou por volta de 1857. Na época de Cristo, a palavra médium não existia com a semântica que conhecemos hoje. Então podemos concluir que algumas "interpretações" de James simplesmente refletem o desejo do seu empregador, ou seja, não possuem a isenção necessária para ser considerado um trabalho científico/técnico de qualidade.

Conclusão

A bíblia de forma alguma registra qualquer informação que conflita com a Doutrina Espírita. Se você tiver alguma dúvida sobre o tema, fique à vontade para registrar um comentário que eu irei estudar e responder na primeira oportunidade. Dedicarei um tempo para responder qualquer questionamento que não seja anônimo (algumas pessoas tem utilizado o anonimato para instigar a intolerância religiosa).
Caso você tenha interesse em se aprofundar no assunto, eu recomento a leitura da obra O Novo Testamento - Tradução de Haroldo Dutra Dias e também do livro Analisando as Traduções Bíblicas de Severino Celestino da Silva.

domingo, 1 de novembro de 2015

O Paradoxo da Verdadeira Felicidade: A verdadeira felicidade somente existirá quando o seu conceito deixar de fazer sentido.

O mundo atual busca incessantemente a "verdadeira felicidade". Apesar de ser um conceito abstrato, pois cada pessoa entende a "verdadeira felicidade" da sua maneira. Apesar disto, a mídia relacionada ao marketing e propaganda tenta materializar este conceito através da obtenção de bens materiais com a falsa expectativa de encontrar na terra algo similar ao "paraíso". Esta estratégia até poderia ter sucesso se o mundo não vivenciasse um alto grau de globalização, principalmente no contexto da informação no qual as mídias sociais desempenham um papel de grande destaque.

Alguns poderiam argumentar que este conceito da "verdadeira felicidade" poderia existir nos países de maior qualidade de vida. Será que isso é verdade? Existe um fato recente que mostra que ninguém pode viver num "êxtase contínuo de felicidade" sem se deixar afetar pela tristeza dos outros. Todos devem se lembrar o menino sírio que morreu na praia.
 

A comoção mundial foi instantânea ao ver a esta foto de uma criança que morreu na praia numa tentativa de fugir da guerra e da miséria. Não importa qual o grau de "felicidade" que a pessoa esteja, esta imagem com certeza traria uma profunda tristeza para qualquer pessoa psicologicamente normal.

Analisando estes fatos, podemos concluir que não conseguiremos chegar à "verdadeira felicidade" enquanto existir situações no nosso mundo que posam gerar a tristeza. Isto significa que devemos trabalhar para erradicar a miséria da humanidade, as guerras, as destruições, enfim, tudo que possa gerar alguma tristeza. Ao chegarmos neste ponto, onde não existirá qualquer tristeza que possa nos afetar, a humanidade estará vivendo uma era de harmonia e paz.

Neste momento, já podemos chegar a uma importante conclusão: a nossa felicidade depende de um longo caminho no qual teremos que trabalhar para erradicar as causas da tristeza dos nossos irmãos (toda a população mundial).

Expandindo um pouco mais esta linha de raciocínio, chegaremos a conclusão final deste post. Imaginemos que realmente a humanidade chegue num momento no qual todos os sentimentos que se contrapõem à felicidade deixe de existir. Quando isto acontecer, o próprio conceito de felicidade também não fará mais sentido, pois toda a humanidade compartilhará um mesmo estado de equilíbrio e harmonia, no qual não existirá os sentimentos contrários à felicidade. É neste ponto que iremos chegar ao paradoxo que trata este post, pois podemos definir um caminho para chegar à "verdadeira felicidade", porém quando chegarmos ao nosso objetivo, o conceito não fará mais sentido, pois não existirá a infelicidade, ou seja, o estado padrão será a felicidade compartilhada. Se toda a humanidade vivenciar a mesma situação de harmonia, a necessidade de entender o conceito da "verdadeira felicidade" não tem qualquer relevância. Podemos resumir da seguinte forma: o Paradoxo da Verdadeira Felicidade estabelece que a verdadeira felicidade somente existirá quando o seu conceito deixar de fazer sentido, ou seja, quando este não apresentar qualquer relevância para a humanidade.

Também podemos entender este paradoxo da seguinte forma: enquanto existir fatos que geram tristeza no nosso mundo, nunca seremos verdadeiramente felizes.

#ParadoxoVerdadeiraFelicidade


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