Vamos iniciar a nossa conversa com a seguinte reflexão:
"Se você fosse a criança no ventre da mãe que reflete sobre a opção de abortar, você seria contra ou a favor do aborto?"
A nossa reflexão começa tratando de um termo bem conhecido da nossa atualidade: empatia. Apesar desta palavra ter se tornado uma queridinha do mundo corporativo nos últimos anos, ao longo da nossa história antiga o conceito foi tratado por vários líderes espirituais, inclusive pelo nosso grande mestre Jesus quando falou: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo."
Neste texto, vou analisar a questão do aborto sob o ponto de vista científico e espiritual para ajudar o leitor a compreender melhor a questão independente da crença individual.
A visão da ciência
Se pesquisarmos o termo na internet: "life begins fertilization", observaremos que existe um consenso de que a vida inicia na fertilização. Porém, mesmo que a maioria das opiniões científicas indicam esta direção, tem alguns apoiadores do aborto que defendem seu ponto de vista argumentando que existe divergência da ciência com relação ao tema. Na realidade, os estudos científicos podem resultar em interpretações diferentes dependendo de diversos fatores adotados no processo como metodologia, tecnologia, tipos de amostras, formação técnica dos pesquisados, etc. A divergência de opiniões é algo natural e histórico do processo científico e foi destacado por Albert Einstein na sua afirmação:
"Uma reunião em que todos os presentes estão absolutamente de acordo, é uma reunião perdida."
Para os defensores do aborto, mesmo se apenas 0,01% das pesquisas mostrarem algum tipo de dúvida sobre o momento no qual vida inicia, eles provavelmente irão ignorar os 99,99% que possuem o consenso de que a vida inicia na fertilização. Por este motivo, é fundamental que cada um faça sua própria análise e tenha uma opinião individual sem se deixar influenciar pelas informações superficiais.
Para esclarecer o tema, vamos organizar a questão em 3 grupos:
Analisar 3 grupos:
- A vida surge na fertilização (100% de certeza).
- A vida pode ou não surgir na fertilização.
- A vida não surge na fertilização (100% de certeza).
Ao pesquisar rapidamente, na internet, os 3 grupos (termos em inglês), identifiquei que temos uma concentração de cientistas no grupo 1, alguns artigos que tratam do grupo 2 e apenas um artigo no grupo 3 (um Doutor fez uma afirmação com base no seu conhecimento, não apresentou uma experiência ou estudo mais aprofundado para chegar a esta conclusão; título: “Why life doesn't begin at conception”).
Tratando-se de ciência, a matemática (estatística) nos indica que devemos dar atenção ao grupo 1 e 2. Chegamos a uma conclusão lógica: podemos acreditar 100% que a vida surge na fertilização ou podemos ter uma certa dúvida, levando o nosso "índice de certeza" a ser abaixo de 100%. Combinando esta informação com o fato de todo ser humano ser empático (alguns possuem distúrbio mentais que não se enquadram nesta afirmação), a menor chance do aborto realmente ser um assassinato frio de uma criança já seria suficiente para que a humanidade desistisse que apoiar a ideia de legalização. Esta conclusão é lógica e segue o maior concesso da ciência.
Resumindo todo o raciocínio: combinando a ciência com o fato da natureza humana estar fundamentada na empatia, a decisão técnica e lógica é que a humanidade não deve legalizar o aborto.
A visão espiritual
A doutrina espírita trouxe a primeira luz sobre o tema do aborto em 1857 na obra O Livro dos Espíritos. O conteúdo deste livro reforçou a questão da necessidade de empatia ensinada pelo mestre Jesus. Existem vários questionamentos que lidam de forma direta ou indireta com o tema da vida no momento da concepção, listo algumas das perguntas do livro que considero mais relevantes para o tema: 136, 344, 346, 351, 353, 354, 358 e 359.
Estes 2 últimos são os mais relacionados ao nosso tema e irei citá-los.
358. Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
“Há crime sempre que transgredis a Lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, pois isso impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.”
359. Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda?
“Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.”
Ao observar estes dois questionamentos, observamos que a legislação brasileira está na medida certa do que trata a visão espiritual dentro da doutrina espírita. Para alguns, isso pode ser uma mera coincidência. Para os mais esclarecidos sobre os encaminhamentos divinos, isso é um claro indicador sobre a importância do Brasil no contexto espiritual. Temos um livro psicografado por Chico Xavier com o título: “Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho” no qual é possível compreender a relevância da nossa nação para o restante da humanidade. E isso não é para nos considerarmos “privilegiados”, muito pelo contrário, é para nos dar o peso do tamanho da responsabilidade que temos em preservar os valores cristãos.
Conclusão
Tanto a visão científica, como a visão espiritual convergem para um mesmo raciocínio: a humanidade precisa proteger as crianças a partir do momento da concepção. Qualquer pessoa tem o direito de pensar de forma diferente e apoiar o aborto individualmente ou através de seus representantes políticos, pois isso é liberdade de pensamento. O importante é entender que tentar considerar a ciência para defender a ideia de regularização do aborto, isso é mentir para às pessoas. Também é mentira tentar associar que o conceito da vida surgir na fertilização tem um viés exclusivamente religioso. Ambas afirmações são formas de desinformar.
A metodologia adotada e as fontes de pesquisa (tudo da internet) são apresentadas para deixar bem claro que o texto é informativo e deixa cada um bem livre para refazer as pesquisas e tirar outras conclusões. Fique à vontade para deixar os seus comentários.
Quem desejar complementar os conhecimentos sobre o tema, recomendo o documentário a seguir:
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